Nossa casa astronômica: o sistema solar
E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.
Gênesis 1:14
O texto de hoje será sobre o nosso quintal astronômico: o sistema solar. Por muito tempo esse pequeno espaço era considerado o nosso universo como um todo. As tradicionais discussões sobre geocentrismo e heliocentrismo, que permearam por séculos, estavam com foco neste palco composto por gás, poeira, uma estrela (o Sol), alguns planetas, alguns satélites naturais (também chamados de luas), asteroides e cometas.
O ator principal do sistema solar é o Sol. Ele é o maior astro, uma estrela e é uma das fontes primordiais de energia e vida para a Terra.
Perto do Sol o planeta Mercúrio está localizado a apenas 60 milhões de km e tem cerca de um terço do tamanho da Terra.
Com uma distância de 108 mil km do Sol e sendo o segundo mais perto do astro rei, Vênus é o que poderíamos chamar de inferno no sistema solar: a temperatura de sua superfície é de 465º Celsius (cerca de 30º Celsius, na média, mais quente do que Mercúrio durante o “dia”).
O próximo planeta, com uma distância média de 150 milhões de km, é a nossa casa: Terra.
Distando cerca de 206 milhões de km, o planeta vermelho é um dos locais mais explorados pelo ser humano. Inclusive, uma missão foi lançada no dia 30 de julho de 2020 e está a caminho de Marte no momento que esta coluna é escrita: missão Perseverance. Mais informações sobre esta missão, que terá por objetivo procurar sinais de vida antiga (em Marte) e coletar amostras para, possivelmente, trazer à terra, está disponível em https://mars.nasa.gov/mars2020/.
O gigante gasoso com várias cores tem o nome do pai dos deuses romano: Júpiter. Distando cerca de 770 milhões de km, ele pode ser visto da Terra como um ponto bem luminoso ou a “estrela” mais brilhante do céu (em algumas épocas do ano).
O Senhor dos Anéis astronômico é um gigante gasoso com vários caminhos feitos de gás, poeira e rochas formando imagens análogas a anéis.
Saturno está a cerca de 1,5 bilhão de km do Sol.
O grande gigante gasoso Urano dista do Sol cerca de 3 bilhões de km.
O último astro considerado como planeta no sistema solar é o gigante gasoso Netuno distando quase 4,5 bilhões de km do Sol.
Apesar de não ser considerado como planeta, mas sim, como planeta anão, Plutão está a uma distância de 5,1 bilhões de km do Sol.
Com exceção de Mercúrio e Vênus, todos os outros planetas (Plutão não é planeta) do sistema solar tem 1 ou mais satélites naturais / luas. Destacando apenas a nossa companheira, a Lua está a uma distância, da Terra, de cerca de 380 mil km.
Essas são algumas belas imagens do nosso quintal astronômico e informações sobre quem compõe o palco ao redor da nossa casa Terra. Em outros textos detalharei sobre as leis que regem o nosso sistema planetário e cada um destes atores.
Como ponte entre a astronomia e o texto bíblico, em Gn está descrito a criação de todos estes objetos. No verso 14, como está acima, a referência é ao Sol e a Lua. Já os planetas estão referenciados no verso 16 (as estrelas). Planetas é uma palavra derivada do grego que significa estrelas errantes, ou seja, “estrelas” que tem movimento, que não são “fixas” como as outras que observamos. Na época da edição do texto de Gênesis era apenas conhecido Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, além da Lua.
Um detalhe a mais sobre o texto bíblico da criação. Em seu contexto ou em seu rio cultural, os destinatários originais estavam imersos em sociedades que tinham forte influência de deuses (os povos do Antigo Oriente Próximo, como Egito, Babilônia etc). Nesta época não havia ciência ou cosmologia como área de estudo sistemático como temos hoje. A teologia (dos deuses) era intimamente ligada a uma manifestação da natureza: o deus Sol iluminando, deuses enviando chuvas para as plantas, as estrelas (incluindo os planetas) determinando a vida e morte: astrologia.
Como se fosse um texto apologético, Gênesis começa colocando ordem na casa do pensamento cosmogônico: não há deuses, há somente um único Deus; os astros, a Terra e a vida são objetos criados por esse único Deus; tudo é determinado pelas Suas leis, fixas e imutáveis. Observe que no verso 16 diz que Deus “fez as estrelas” e isso pode ter um significado a mais: a astrologia, que é baseada nas estrelas, é “tão importante” para a vida do homem que Deus se “esqueceu” de criar esses astros e criou-os apenas no quarto dia. Em outras palavras: Deus está dizendo àqueles povos que a astrologia ou os astros não controlam aspecto algum da vida humana: é apenas mais um conjunto de objetos, criado por Ele, sem importância decisiva entre vida e morte.
E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas.
Gênesis 1:16
Só isso?! Sim! Mas, ficou em dúvida, quer perguntar algo, deixar algum comentário ou sugerir algum tema, deixe abaixo! Ficarei feliz em te responder, seja nos comentários ou em algum artigo específico.
Sugestão de leitura
- Para mais informações sobre os planetas do sistema solar: https://solarsystem.nasa.gov/planets/overview/;
- Para outros detalhes bíblicos sobre a cosmogonia dos povos do Antigo Oriente Próximo, recomendo 2 excelentes livros do John Walton: The lost World of Genesis One (infelizmente apenas em inglês) e O mundo perdido de Adão e Eva, editora Ultimato em parceria com a Associação Brasileira de Cristãos na Ciência;
- Livro Astronomia e astrofísica, por S. O. Kepler e Maria de Fátima Saraiva. Este livro é disponibilizado no próprio site dos autores, que são professores da UFRGS. É um excelente material de consulta: http://astro.if.ufrgs.br/livro.pdf.
Até a próxima!